segunda-feira, 7 de outubro de 2013

MEDO ou a ambiguidade do tempo


Foi um fim de semana dicifil. Muito difícil. De pensamentos obtusos, de medo, de falta de esperança. Se antes me aliava ao tempo, agora começo o vê-lo se esvaindo pelas mãos.

Passei um sábado muito triste, pesada. Claro, sem dúvida fiquei mais abalada por não estar participando um pouco mais da vida de Nina, pois ela acabara de ganhar sua primeira bicicletinha de Dia das Crianças e no sábado foi, com o pai e a prima, se divertir na Festa da Familia do colégio. E, obvio, a solidão e a impossibilidade de estar com eles, me arrasou mais. Porém, meu maior e mais angustiante problema agora não é o repouso, ou a tristeza, ou a solidão, é o sangramento ininterrupto e, com ele, agarrado lado a lado, o MEDO (em caixa alta).

Estou tendo sangramento, pasmem, diários há mais de 3 semanas. Mesmo diante de muito repouso e independente do quanto me movimento. Cada dia é uma tensão, cada ida ao banheiro é uma torcida, ou decepção. Estou numa sensação que as coisas não tem mudado, não progride e tudo isso cai na  constatação que minha placenta continua no mesmo lugar, obstruindo o orifício do canal cervical.  Como disse, antes contava com o tempo, achava que ainda tinha algumas semanas pela frente para que esse quadro se revertesse, mas a cada dia e semana que passam, me desespero achando que o tempo está cada vez mais curto. 

Estou com quase 24 semanas e, em tese, se mais ou menos daqui a um mês isso não mudar, teremos que fechar o diagnostico de placenta prévia e daí é que teremos mesmo que dialogar bem com o tempo; isto é, numa situação deste tipo, se os sangramentos não cessarem, temos que pensar em internação, remédio para amadurecer pulmões do bebê e uma cesária precoce. Além de tudo isso, me ronda a ideia (e de novo o medo) de uma hemorragia séria. Aliás, estou num momento em que minha cabeça está um redemoinho: é impossível não pensar em todos as possibilidades, o que alguns chamam de pensamentos ruins. 


Acontece que minhas forças estão minguando dia a dia, a única coisa que posso fazer é não fazer nada, é repousar. E nesta atual situação a esperança está se evaporando pouco a pouco e me encontro frágil física e psicologicamente. Se ao menos o sangue parasse? Mesmo que eu tivesse que ficar assim de repouso, mesmo que a placenta continuasse onde está, ao menos um fator deixaria de me assustar. 

Sei, e me orgulho, e sorrio que a minha bebéia esteja bem (segundo os dados das USg da ultima semana), agradeço a Deus, a todos os oráculos , à mãe natureza. Não quero ser egoísta. Mas e o binômio mãe-bebê? Se ela está em mim, como não pensar em mim? Na minha saúde, que é nossa?

Estou um caco. 

3 comentários:

  1. Força e Fé, é o que te desejo profundamente! E pense que dentro de vc há uma força maior que tudo isso. Seu bb precisa de seus pensamentos positivos... Fico aqui na torcida! Marília Lupe

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  2. Também fico na torcida, em pensamentos positivos para vocês duas, nunca perca a esperança! abraço Viviane Santos

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