terça-feira, 29 de outubro de 2013

Emoções à toda: bate e alisa


Hoje 'me embarcaram numa montanha russa de muita emoção e periculosidade, e olhos vendados. Fui pega por mais um susto grande.
Dando apenas uma previa do que vinha passando: meu sangramento tinha diminuido bem ha pelo menos uns 4 dias; eu soltava sorrisos timidos quando ia me limpar no banheiro e o papel vinha bem pouco rosado..ou quase nada. Estava alimentando esperanças, mais animada. Já tinha Usg marcada pras 28 semanas (estou com 27). Sabado e ontem levantei um pouquinho mais, pq tinha visitas e fui tomar vacina, respectivamente.

Hoje, terça, acordei fui fazer xixi, tudo quase limpo e ok. Poreem, Uma hora depois mais ou menos, dei um espirro forte e senti um volume entre as pernas.. Senti saindo algo "grosso, gritei um "nossa" e fui ao banheiro. Ao sentar ouço um leve ploc e o absorvente que eu estava encharcado de sangue. Havia saído uma boa quantidade na privada também e , conclusao, um coágulo enorme do tamanho da palma da mão. :-( só não ponho a foto aqui pq é desnecessario.

Desespero! Mais desespero, tristeza, 'porque eu', 'será que isso nao pára'? mas como já um pouco calejada, respirei fundo e senti que minha bb estava bem, mexendo. Ela sempre me apoiando como quem dissesse , mamãe estou bem aqui, fica tranquila!

Falei com as 2 medicas e corremos pra emergencia. Detalhe pras pérolas que escutamos em toda urgencia. A coordenadora do ps lá veio me dizer "olha ja estou avisando que não temos vaga se houver internação ou parto" eu falei: "não vai ter parto (Deus me livre!!) só quero ser atendida agora e depois resolvemos" ela nao contente piora mais: "vc ja tem algo marcado aqui? Seu parto está eletivamente marcado pra quando??" Eu fiz aquela cara de alface, de meme 'quando eu me sinto quando..." E disse: não vou marcar!! Ao que no meio da conversa, tentando se explicar, ela joga merda de vez no ventilador: "ah porque eu não posso priorizar você a uma gestante q já esta com enxoval dela aqui'. Oiii??? Como?? A mulher morre alí na frente, mas o que importa é a malinha pronta com roupas passadas e impecaveis e o agendamento!!!! Para que eu quero descer .. Ou vomitar!

Enfim, ainda bem que fui atendida por uma medica boa, nova, tranquila e muito segura! Auscultamos Estelinha, ela fez um rapido exame especular e viu que o colo estava fechado, tudo ok até aí. Muita espera pra Ultrasom e gigante expectativa, alem de ver o desenvolvimento da pequena, de como e onde estava essa placenta.

Aí vem a calmaria da montanha russa, depois de tanto susto, pavor, apreensão, além da bebe estar otima, uma notícia incrível: minha placenta subiu um pouco e já não encobre o Oci (canal)!!!!! Estava com uma pontinha, isto é, marginal!! Uma misto muito louco de felicidade contida (porque o sangue continua e não tranquiliza) . Mas era isso que queria tanto! E quem sabe ela sobe ainda mais! O proprio ultrasonogafista disse veemente 'Não é placenta prévia'. Alegria, gratidão, uma ponta de esperança de parto retomada. Apenas o sangramento ficou um tanto inexplicado; vários fatores foram apontados, entre as quais talvez o utero tenha crescido muito e durante aqueles dias em q o sangue diminuiu, aos meus olhos, mas poderia estar sangrando por dentro e formando esse coagulo ( como talvez um tampão) o que culminou em tudo sair de uma vez hoje; o vasos do colo do utero, ja que a placenta saiu um pouco do lugar. Agora continuo no repouso total e acabaram ministrando o corticoide pro amadurecimento do pulmão dela.

Ainda estou tonta desta carona que peguei hoje. Ainda estou digerindo tanta coisa, um tombo grande pra depois uma levantada abrupta. Bungeee Jump!!

Mas, apesar de continuar a apreensão do sangue, vou dormir com uma bebê saudável, movimentante, até grandinha pra idade (cerca de 1,25 kg), cefálica (outra coisa que é musica pros ouvidos, apesar de cedo) e mais este grande progresso da placenta.


TOUCHÉ!




*não revisei nada, tem erros e abreviações

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Ela: a RESPEITÁVEL placenta


Pensando na posição (baixa) da minha e olhando atenciosamente esta foto, pergunto: é ou não é pra sangrar mesmo?? 


Foto tirada do post do site Villa Materna, sobre o que fazer e curiosidades da placenta, que vale a pena ler.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Festina Lente


Estava lendo o livro “E do Meio do Mundo Prostituto só Amores Guardei ao Meu Charuto”, do Rubem Fonseca. Estranho citá-lo num blog de bebês e maternidade né?! Mas é que nele encontrei algo que me identifiquei muito, transpus ao momento pelo qual estou passando e fiz questão de registrar.

Festina Lente, a frase de Augusto , que G gostava de citar, era para ele sinônimo de paciência, um dos requisitos exigidos do escritor...
Mandrake. Essa paciência simbolizada pela Festina Lente não é a referida por Milton, no Paradise Lost, que “serves only who stand and Waits”; não aludo , portanto, à disponibilidade servil dos garçons, tampouco ao esperar manso e submisso dos doentes inválidos, mas à capacidade  de enfrentar com autocontrole vicissitudes e dificuldades   até chegar o momento certo de acabar com elas. Paciência como perseverança, que pode ser simbolizada pela frase de Augusto, que parece mas não é um paradoxo, é assim que se ganha a maratona da vida, devagar e sempre. Agindo dessa maneira Augusto derrubou os exércitos.... e obteve sua vitória...etc.. ‘Our Patience will achieve more than our force’, disse Edmund Burke.”

Depois dessa passagem do livro, me interessei instantaneamente pela definição em si da Festina Lente. Claro, dei um Google e encontrei o seguinte: significa ‘Apressa-te devagar’. É atribuída a Augusto, imperador romano, e quer dizer que o trabalho executado devagar é melhor do que quando feito apressadamente” , levando em consideração mais o produto final bem acabado, que o tempo tomado.

É isso. Paciência como perseverança, no tempo certo. Quem sabe assim conquisto minha vitória?!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Espera ou expectativa? Ambos!



Essa minha expectativa para com a subida da placenta parece com um vestibular, um teste bem dificil. E sempre me pergunto se estou fazendo o repouso correto, se poderia fazer mais, se deveria "estudar e me dedicar mais pro "vestiba".
O Ro e as médicas dizem que estou fazendo tudo direito, mas todo dia me pergunto se não poderia reforçar. Se me levanto ou sento muito tempo ( pra almoçar, p exemplo) ainda me culpo. Ate para exames e ultra tenho que me esquematizar toda. Acho que penso isso porque cheguei a saber historias de conhecidas que fizeram algo praticamente militar, isto é, hospitalar! Banho em cadeira de praia, comida na cama e cortada no prato, fisioterapia, remédios pra circulação, algo bem punk e assustador. Então, como meu sangramento continua, sempre me pergunto se deveria ser assim. Mas ao mesmo tempo escutei algo do Ro que me fez refletir: "se voce adotar este esquema agora e for preciso fazer isso mais pra frente ( pelo meu peso e riscos),  não vai aguentar.."  É isso, preciso direcionar os esforços para os momentos certos..
Sempre que acordo passo aquela tensão: como que vai ser hoje?! Desde a primeira ida ao banheiro à ultima antes de dormir ( e que não são poucas)!  Na mesma moeda, passado o dia, penso que posso comemorar mais um tempinho, ou uma semana gestacional conquistada.

E hoje estamos comemorando 26 semanas. Uma grande meta  é chegar às 28. E claro, vamos chegar!! É louco, talvez incompreensivel para alguns, porque vivo num misto de satisfacão - por minha gravidez ir avançando, chegando em estágios mais seguros- e desilusão - por saber que o tempo passa, meus sangramentos não param que, por isso, a placenta deve estar no mesmo lugar e, enfim, a aproximação do diagnostico de placenta prévia. Meu grande medo, maior e mais presente é sempre a hemorragia. Medo  mesmo de ficar mais pesada e, Deus me livre, acontecer..

Esse sentimento dúbio me ocorreu ontem mesmo. Comentei como seria (triste) se eu ainda estiver de repouso no Natal e reveillon. Só que seria ótimo chegar lá com minha estrelinha no bucho (visto que atingiríamos umas 36 semanas), mas deprê só em pensar em ficar reclusa, rememorar e ouvir todos os votos e festas numa cama.

Em tempo, (me prometi que não leria mais sobre, mas agora só procuro coisas"boas'...rs) vi ontem que em muitos casos a placenta subiu com 32, 35 , 36 semanas!! Incrivel! Gente ate que confirmou na cesarea que a danada tinha migrado! ( nesse caso a pessoa queria mesmo a cesa, what a pity!)

A espera me lembra muuuto também quando pedia pra Nina virar, quando estava pelvica. Com a diferença que foi bem menos tempo e, naquele momento, eu tinha, ou me apoiava, em artificios mecânicos para vira-la, como exercicios, moxabustão, VCE etc. E ouvia a frase que não calava - tomei até um certo abuso- "ah mas pode virar até os 45 do segundo tempo". Agora, Até ja escutei o mesmo para a placenta. Minha espera/ ansiedade é tão semelhante que até minha mãe dia desses soltou "filha, se tua placenta VIrar... " hahaha, cheguei a achar engraçado.

Enfim, falei pra um amigo que essa é uma gigante provação, teste de auto e falta de controle e paciència que uma gravida pode passar, que eu passo.  Não há perspectiva, não se deve fazer planos, o agora é quem dita.

buchão deitado e a constelação de pintas!


domingo, 20 de outubro de 2013

Hora de Enxoval!


Ultimamente estamos tentando agilizar algumas coisinhas para nossa Estelinha. Chá de bebê virtual ( e fraldinhas chegando) reformas e coisas para o quarto, que vai dividir com Nina, lavar as roupinhas que já tem de enxoval.

Todas essas atividades são úteis para manter minha cabeça ocupada. Não à toa, tanta gente tenta sanar seus problemas emocionais com coisas materiais. Claro que, mais ainda no meu caso, além de ser uma forma de desviar-se dos pensamentos angustiados, é uma forma de alívio e antecipação ver essas coisas mais concretas, tocáveis irem de realizando. Afinal, no momento é tudo que podemos fazer, então, já que não podemos mexer nas coisas imateriais (como sentimentos, corpo, tempo), tratamos e executamos os itens materiais. Mãos à obra!

Falando em obra, já chamamos o marceneiro pra transformar uns armários do quarto e hoje o papai lindo decidiu pintar a porta do quarto das monstrinhas. E olha a maiorzinha cooperando e atrapalhando que coisa linda!! Também pensamos em pintar uma das paredes com uma cor mais sóbria-clara (cinza/ rosa-antigo, verde-claro... ) e estou comprando um adesivo de parede de arvore lindo. Provavelmente as meninas vão ficar numa little-jungle de corujinhas e passarinhos. ;-)



E voltando ao adesivo, estou comprando este e diversas outras coisas na Amazon , para entregar pra minha irmã  e cunhadinho lá nos Eua, que vão trazer. É quase um acinte, um absurdo as diferenças de preços!! Lá é incrivelmente mais em conta que aqui. Então comprei babá eletronica, lansinoh, cadeirinha, bodies, protetores de seios, entre outros itens bons e necessários. Agora, a gente tem que se segurar pra não enfiar o pé na jaca e querer comprar tudooo , porque o custo x beneficio é tentador, fora a quantidade de opções.

Tinha esquecido o quanto é bom ver essas coisinhas de bebe, os cheirinhos característicos (que já invandem o meu quarto com as fraldinhas), a imaginação solta vendo mais uma bbzinha aqui, dar de mamar, dar banho...


A BARRIGA
Momento 'Alien' se esticando para a direita

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pra não dizer que não falei das flores


Um dia desses, conversando com o Rodrigo, pra variar me queixando porque o sangramento não pára (e triste por presumir que se ele está aparecendo é porque a placenta continua no mesmo  lugar) , ele me diz algo, talvez tentando me consolar, que também tem sido dito pelas médicas: "quem sabe não está sangrando justo porque a placenta está migrando, 'caminhando'. Daí surgiu uma brincadeira meio sórdida, uma letra  parodiando a canção "Pra não dizer que não falei das flores": 

"Caminhando e sangrando 
e seguindo a gestação... somos todos iguais..
Caminhando e sangrando e seguindo a gestação..."

Rir pra não chorar.

Hoje comemoramos 25 semanas. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Montanha Russa


Toda segunda-feira nesses "dias" pra mim tem sido um sufoco. Não sei se por me movimentar um pouquiiinho mais que o normal no fim de semana, ou pelo estresse psíquico      (por não poder acompanhar minha familia, sair com filha etc) ,me parece que sempre sangro mais na segunda.. (Verbo estranho esse usado no presente né?! Geralmente é um passado ou futuro, mas já esta virando tão cotidiano...)

Bom, este sábado foi muuito pesado, Dia das Crianças, Dia da morte do meu pai amado, todo o corpo doía    (principalmente as costas e orelhas de ficar deitada) e, entao, um dia que desabei e chorei -como uma criança. Até oraçao à Nsa Sra de Aparecida fiz ( dia dela tbm) e ao rever que ela nada mais é que a padroeira das gravidas e dos recem-nascidos. Pedi também a ela que nos proteja e que eu saia logo dessa.

Depois de desaguar no sábado, uma leve melhora no domingo e mais um pouquinho na segunda, ainda mais vendo q o sangramento tinha dado uma pequenina moderada. Mas, claro, como não podia deixar de ser, nesta segunda à tarde, mais uma 'escapada' chata... No fim das contas, continuo nesta montanha russa, nesse passeio dos infernos, que ora levanto a cabeça pra ver o caminho, ora fecho os olhos e morro de medo das quedas.

Ao menos ontem, meio a uma insônia, tive uma boa constatação, que falei pro Rô: APESAR de todas as minhas dificuldades, de tudo que tenho passado, continuo com a ideia (nascida na gestação de Nina) que eu adoro estar grávida!! Acreditem ou não, nunca me passa um sentimento de rejeição à barriga, ou fardo. AMO sentir um ser se acoplando dentro de mim, mexendo muito e se adaptando às minhas posições. E a cada dia desejo mais essa pessoinha, essa barriga, essa gravidez. Só queria poder curtir mais isso tudo, mostrar pras pessoas minha satisfação, meu corpo, fazer yoga ou hidro, nadar com a barrigona, tirar mais fotos da gente e com Valentina.

Será que conseguiremos Estelinha? Mais cedo ou mais tarde?!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Mimos para uma estrela


Este foi um convitinho improvisado que fiz para um chá de bebê mais improvisado ainda. Devido ao meu (não) estado não posso fazer festa e acabei pedindo uma ajudinha virtual para famílias e amigos. 

O convite foi anterior à decisão de como ficaria o nome da nossa caçulinha. Eu queria Stella ou Stela e o pai e muitas pessoas da família queriam Estela, ambos oriundos de 'estrela em latim' e este ultimo mais usado no português/espanhol. A questão é que , em algum momento, acabei achando outro significado para o nome "Estela" que não me animou muito. Que dizia A palavra estela provém do termo grego stela, que significa "pedra erguida" ou "alçada", 'monolito'... sua  função essencial era veicular um determinado significado simbólico, fosse este funerário, mágico-religioso, territorial, político ou propagandístico, etc. Não precisa explicar né?! Mas acho que foi um capricho e como aqui no Brasil o Estela é derivado de Stella, acabei me convencendo. Além de ter sido um pedido do pai, que é mais importante.

Abaixo do convite, vai o textinho explicativo sobre o chá diferente. 

 


Chá de bebê diferente para a nova menininha da família! 

Queridíssimos Família e Amigos, 


Nesta primeira quinzena de outubro, a mamãe aqui está conquistando os 6 meses de gestação! Mas, como alguns devem saber, estou de total repouso por intercorrências naturais de gravidez e limitada a muitas atividades, entre elas fazer uma festinha para a essa bebê tão esperada. Portanto, convido-lhes a uma forma improvisada e atípica de chá, entre o virtual e o ‘personalizado’ para nos ajudar no enxoval de Stelinha (sim, ela ganhou um nome!). 

Aqui está um convite e uma lista; quem puder vir nos visitar, seria uma honra, uma delícia - o telefone de casa está no convite-, e estarei de ‘abraço’ aberto, bucho crescido, docinhos, cupcakes e muita conversa para recebê-los. 
Senão, fiquem à vontade para nos presentear por um simples delivery, compras pela internet, motoboy, carona ou o que acharem mais prático! Quem optar pela internet, há inúmeros sites de compra que entregam como Americanas, WalMart, Extra, Submarino etc. O CEP daqui é: 52060-120. 
E quem sabe daqui pra frente conseguimos fazer uma festinha!?! Toda a família agradece muito de coração e, especialmente EU e Stela, dizemos um grande OBRIGADA pela compreensão. 
Beijos!
Leticia-Stela, Rodrigo e Valentina




AU JOUR LE JOUR (dia após dia)


Uma das coisas mais difíceis do repouso, além de todas , todas as outras envolvidas, é a " saudade" que tenho da minha primogênita. Vontade de brincar, dar banho, sair junto, pegar no colo, trocar de roupa...
Esta semana a vó sequestrou Nina pra passar dois dias fora. Mesmo com toda conveniência que possa implicar (pois, não bastasse o que está acontecendo, a nossa funcionária e seu filho ficaram doentes, o que a fez faltar o trabalho hoje), a casa fica um vazio e a saudade aperta mais ainda!!  Agora, a escalei como minha personal-massagista e passadora de creme na barriga e pernas. Ela faz com o maior prazer. :-)
   

Falando em repouso, continuo no esquema cama, só levantando pra banheiro, banho (ô momento sagrado!) ou às vezes comer na sala. Preciso TENTAR dar um jeito nesse sangramento, apesar de às vezes ele vir sem o mínimo esforço visível. As posições na cama são chatas, por mais que eu mude de lado (dando preferencia, claro, ao lado esquerdo), minhas costas doem e ficar de frente também é incômodo, meio asfixiante. Digitar no notebook é sufoco ..e demorado. Às vezes, então, dou preferência a fazer as coisas no smartphone.  
Estou numa briga, numa expectativa sem fim. Quando acho que vou melhorar, que vai dar uma parada, pow, levo um tombo de novo. Isto é, fico toda esperançosa e daí o sangue volta e marca presença; geralmente com mais afinco quando acordo ou à noite ao deitar. 

Ontem fomos na GO, ela se mostrou muito tranquila, assim como a Leila (katz) com quem tenho sempre trocado ideias pelo Fb. Só pedem paciência, dizem para manter o repouso sem muito militarismo e esperar. A Cinthia foi direta: " pare se ler sobre isso,  de procurar se informar demais e tire o foco disso" . Ela tem razão, talvez eu esteja muito bitolada no assunto e queira arrumar sarna pra me coçar, ou arranjar previsões... E esse é um caso que definitivamente não há previsões!! 

Porém, quanto à espera, nossa como ela é difícil! Comentei um dia desses que se assemelha à espera de respostas duras e demoradas que já passei na minha vida, como de um vestibular, ou da vez q passei uns 3 meses esperando a resposta definitiva da faculdade na Franca, ou de um emprego desejado. Claro, guardadas as devidas proporções e fins, foram todos momentos de espera angustiantes, ansiosos e determinantes. E agora espero o retorno para a simples pergunta: será que minha placenta vai subir e eu vou conseguir voltar "ao normal"? E, talvez com isso, será que vou até o fim, fim da minha gravidez - quando ELA, minha bebéia, quiser escolher seu momento de vir? E, quem sabe também o sonho de parir?
Me sinto às vezes como numa cela, presa, marcando pauzinhos na parede e contando cada dia passado. Menos um, menos um...(ou mais um dia vencido).



Estou nessa das médicas, querendo acalmar os ânimos e nem marquei Ultrasom ainda que, a depender desse sangramento e , como disse a GO, da ansiedade- eu só quero fazer em torno das 30 semanas (daqui a um mês), quando devo ter um diagnostico mais preciso. Claro que fico doida pra ver minha menina sapeca de novo, mas enquanto ela estiver agitadinha aqui dentro, mexendo bem como está, posso ficar 'tranquila'.

Outro fato curioso da consulta a medica é que eu estou mais magra que a última vez! Mesmo só deitada, comendo normal e traçando doces, estou magra, com barriga. Muitas mulheres adorariam estar assim, mas não sei se isso acho isso bom.. Como dizem as lendas por aí 'deve ser de preocupação e estresse'. Enfim, preciso alimentar mais o corpo e emagrecer a mente!! 

*24 semanas (10/10/2013)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

MEDO ou a ambiguidade do tempo


Foi um fim de semana dicifil. Muito difícil. De pensamentos obtusos, de medo, de falta de esperança. Se antes me aliava ao tempo, agora começo o vê-lo se esvaindo pelas mãos.

Passei um sábado muito triste, pesada. Claro, sem dúvida fiquei mais abalada por não estar participando um pouco mais da vida de Nina, pois ela acabara de ganhar sua primeira bicicletinha de Dia das Crianças e no sábado foi, com o pai e a prima, se divertir na Festa da Familia do colégio. E, obvio, a solidão e a impossibilidade de estar com eles, me arrasou mais. Porém, meu maior e mais angustiante problema agora não é o repouso, ou a tristeza, ou a solidão, é o sangramento ininterrupto e, com ele, agarrado lado a lado, o MEDO (em caixa alta).

Estou tendo sangramento, pasmem, diários há mais de 3 semanas. Mesmo diante de muito repouso e independente do quanto me movimento. Cada dia é uma tensão, cada ida ao banheiro é uma torcida, ou decepção. Estou numa sensação que as coisas não tem mudado, não progride e tudo isso cai na  constatação que minha placenta continua no mesmo lugar, obstruindo o orifício do canal cervical.  Como disse, antes contava com o tempo, achava que ainda tinha algumas semanas pela frente para que esse quadro se revertesse, mas a cada dia e semana que passam, me desespero achando que o tempo está cada vez mais curto. 

Estou com quase 24 semanas e, em tese, se mais ou menos daqui a um mês isso não mudar, teremos que fechar o diagnostico de placenta prévia e daí é que teremos mesmo que dialogar bem com o tempo; isto é, numa situação deste tipo, se os sangramentos não cessarem, temos que pensar em internação, remédio para amadurecer pulmões do bebê e uma cesária precoce. Além de tudo isso, me ronda a ideia (e de novo o medo) de uma hemorragia séria. Aliás, estou num momento em que minha cabeça está um redemoinho: é impossível não pensar em todos as possibilidades, o que alguns chamam de pensamentos ruins. 


Acontece que minhas forças estão minguando dia a dia, a única coisa que posso fazer é não fazer nada, é repousar. E nesta atual situação a esperança está se evaporando pouco a pouco e me encontro frágil física e psicologicamente. Se ao menos o sangue parasse? Mesmo que eu tivesse que ficar assim de repouso, mesmo que a placenta continuasse onde está, ao menos um fator deixaria de me assustar. 

Sei, e me orgulho, e sorrio que a minha bebéia esteja bem (segundo os dados das USg da ultima semana), agradeço a Deus, a todos os oráculos , à mãe natureza. Não quero ser egoísta. Mas e o binômio mãe-bebê? Se ela está em mim, como não pensar em mim? Na minha saúde, que é nossa?

Estou um caco. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Duas descobertas: a nova menina e complicações de gravidez


Tudo correu direitinho justo durante o momento que achamos mais delicado, nas 12 primeiras semanas.

Por volta da 13ª semana, acordei uma noite sangrando e fiquei desesperada. Aquilo nunca tinha me acontecido! Era madrugada, menos de 4h da manhã e a dúvida, aguardar o dia raiar e esperar quem ficasse com a Valentina para o Rodrigo ir comigo na Emergência, ou sair naquele momento sozinha? A curiosidade e o medo falaram mais alto e decidi pegar um taxi só para o hospital. Chegando lá fui atendida, fiz exame de urina e depois ultrassom.. e UFA! Escutei aquele coracisco batendo rápido e vi aquele projeto de gente mexendo. No fundo eu sentia ou imaginava que meu neném estava bem, mas como àquela altura o ‘mexer‘ do bb não é nítido, a dúvida prevalece.

A ultrassonografista desconfiou de um ‘hematoma’ - que ,na  realidade, é um acúmulo de sangue entre a parede do útero e o saco gestacional – e o obstetra terrorista do plantão acusou infecção urinária e ‘ameaça de aborto’ (escutar isso é muito mais difícil que imaginamos). Mas minha médica desconfiou do exame de urina e pediu, sabiamente, para eu refazer. E pimba, nada de infecção urinária. Por um triz não comecei a tomar antibiótico receitado pelo Dr. Frankstein. Enfim, uma semana de Ultrogestan , repouso relativo e melhora.

Uma semana depois refiz uma Usg (ultrassom) e só palavras lindas: nada de hematoma, bebê muito bem e uma novidade, desconfiava-se que vinha mais uma menininha pra trupe de fêmeas aquarianas (eu , Nina e essa!)

Conheçam a afilada Estela (19 sem)

Com 17 semanas mais um sangramento! Dessa vez mais‘ borra de café’ que sangue em si. Corro à tarde pro hospital de novo, exame de toque violento da terromédica e na nova USg a constatação: sua placenta está baixa cobrindo o orifício do colo! Lembro de suspirar tristemente e soltar baixinho: “Ai não, placenta prévia não!” (ver mais aqui: http://brasil.babycenter.com/a1500570/placenta-pr%C3%A9via). O médico muito mais compreensivo e bom-senso que a mulher me responde: “calma, não se fala em placenta prévia antes das 30 semanas, pois ela pode migrar”. Além de ter confirmado: “Já sabem do sexo? é uma menina!” ;-) Nina sempre dizia que era menina.. somente na ultima semana antes de descobrirmos passou a dizer que era menino, e se chamava Teteu (seu primo!) rss...

De volta à terromédica da emergência recebo palavras que até hoje ecoam na minha mente “Ah, quando a placenta está assim cobrindo o colo às vezes sobe, mas é muito difícil. Faça repouso, não tenha relações e talvez lá pra frente vai ter que tomar remédio para amadurecer o pulmão do bebê”. Desculpem-me a expressão, mas uma boa FDP!! Como diz o Rô, as médicas, mulheres e muitas vezes mães, que deveriam ser mais atenciosas e sensatas, são as piores.


Me arrasei, chorei, me senti injustiçada e iniciei um repouso mais forte. Muita cama, ou sentada, andando pouco e saindo muito menos ainda. Daí para frente foi uma sucessão de sangramentos, ‘escapes escuros’ e medo, muito medo. E a cada episódio ia aumentando o repouso. Até que no momento com 23 semanas, me vejo 85% do tempo deitada na cama, trabalhando pouco (entre telefone e internet), lendo, lendo, lendo, só levantando para comer e banheiro. Um dia escrevi isso, sobre a condição de ‘enclausuramento’ no quarto, repouso e útero:

"O mundo é um circulo em movimento e dentro dele há um quadrado estático, onde estamos inseridas. Estou redonda e estática; e em mim há outro circulo, onde dentro é só movimento"

As estatísticas atestam que na maior parte dos casos (85%) de Placenta baixa, à medida que útero cresce, ela tende a migrar e sair de onde está. Me apego muito a este fator e ao tempo. Tento me dizer que tenho tempo , que ela vai subir. E meu mantra tem sido esse: Vai subir, vai subir!

Entretanto, não é nada fácil. Como li em alguns lugares, repouso absoluto pode ser altamente estressante; ou repouso total é mais difícil que correr uma maratona. Ficamos solitárias, o medo vai e vem os altos e baixos. Pensamentos permeiam nossa cabeça, principalmente a minha inquieta e é preciso muita base, cimento, estrutura para segurar a onda. E além de tudo, há ainda a possibilidade de vermos minado meu desejo de ter um parto normal. E, mais uma vez, repetir a expectativa, a história, a incerteza disso (lembrando que a 1ª filha ficou sentada até o fim, culminando na cesárea).


Estou um pouco mais serena, aceitando. Minha filhinha, Estela, está ótima, graças a deus, desenvolvendo bem. Mas a mãe aqui se transformou num bebê, tomou a posição do recém-nascido, depende, demanda, chora. E espera, espera, espera...

23 semanas