sábado, 19 de setembro de 2009

PARTO NORMAL - Em extinção?


Uma das maiores razões pelas quais criei este blog foi para relatar, além da gravidez em si e minha experiencia, a luta literamente que é atualmeente para uma nova mamãe ter Parto Normal. Algo que ironicamente remonta aos tempos da caverna, ou seja, desde que a mulher existe, e que esta se tornando cada vez mais uma raridade. Aí nos perguntamos: como pode??? A mulher, assim como  qualquer outra mamífera nasceu com a capacidade fisiológica e natural de gerar um filho da forma como a natureza nos definiu. E como, ao passar dos tempos podemos ter perdido a função de parir?? Perdemos uma função inerente às mulheres assim como menstruar , ou mesmo ouvir, comer?

 
Bom, pra começo de historia (todos que estão perto de mim já tem escutado esta ‘enfadonha’ historia !!) que aqui no nosso pais, são incontáááveis os fatores. Só para resumir bem rapido, alguns deles: o preço pago para o PN (parto normal) pelo plano de saúde, a postura do proprio médico (até  seguindo a filosofia “time is money” consequente dos planos..), a Saúde no Brasil, as metodologias acadêmicas, ou seja, as universidades nao mais treinam seus futuros medicos para uma pratica “tão rudimentar”... já que as técnicas medico-hospitalares estao tão incrivelmente avançadas. Enfim, um pout-pourri de casos que se reduzem a apenas duas palavras: tempo e dinheiro.


Nao sei se devo me gabar disso, mas ainda bem que gosto de me informar , de ler , de fuçar o nariz em tudo. E todo este embasamento que fui tomando me mostrou cada vez mais que meu grande sonho em ter filho de parto normal estava distante – e , simultaneamente, me passando a sensação de “pobre das mais ‘inocentes’, que deixam as coisas rolarem, se limitam às recomendações e informações do seu médico e tem esta intenção”. Para mim há uma luta, um persursso grande a se andar. Como reescutei ontem “É impossivel fazer omeletes sem quebrar ovos!”. E estou quebrando meus ovos.

 
O segundo passo – depois de toda esta coleta de informações, conversas, etc – foi pensar em trocar minha médica, que por sinal gosto muito, mas sempre desconfiei da postura dela quanto ao PN.  Paralelemente, a ideia era ter uma conversa franca com ela para sentir o que seriam suas respostas para perguntas classicas do tipo:

- quanto tempo de gestação vc espera? (obs - a mulher pode dar a luz de 38 a 42 ½ semanas! E a maioria dos medicos manda operar às 40!);
- O que vc acha de acompanhamento de doula?
- Qual sua porcentagem de cesarias?
- Vc costuma acompanhar todo o trabalho de parto? (obs2 – algumas levam ate 20h para parir!!)

Enfim, uma boa sabatinada para já aí , sentir no seu discurso o que pode (nao) acontecer com você na hora H... De onde você pode tirar quase toda a resposta para sa indagação: ela é ou nao adepta ao parto normal.

E feito isso, nao senti firmeza nas respostas da minha medica. Assim como varias pessoas conhecedoras de causa me disseram: “Leticia, esqueça, ela nao faz parto normal” . Primeiro ovo quebrado! Touché!  
Dificil, mas neste momento em que mesmo gostando muito do trabaho do ginecologista vc tem que pensar que vai ser o nascimento do seu filho e o seu momento, nao o dele. Foi o meu caso.

A busca seguinte seria achar um medico explicitamente, escancaradamente conhecido por ser fazer o PN. Tambem nada tão facil, visto que a  maioria destes são privados, isto é, nao aceitam planos de saude, são caros, ou longe, ou homem (hahaha coisa que nao queria muito por timidez  mesmo!).

No momento, comecei a ver uma nova medica, que diz-se adepta , e com quem estou pensando em contar. O engraçado é que, o oposto da outra, é extremamente natura, homeopatia e afins... . Bom, ossos do meu oficio... E nesse meio (inclusive das mães) as vezes parece que há uma dicotomia natural x médico/técnico. Isso é, são dos pólos onde de um lado estão aquelas que são contra todas as intervenções (anestesia, indução, episiotomia, corte do cordão na hora etc etc) e preferem parto domiciliar  e de outro lado estão os que (repito, medicos e mães) só conhecem os procedimentos médico-hospitalares , onde ficam os cesaristas. Não sei se, em tudo na vida  sempre fui um pouco coluna do meio (que pobre de ideais! hahaha), mas acho que tem que ter bom senso. Por isso, nao consigo tomar um posição tão radical, para nenhum dos dois lados. E , antes de tudo, EU QUERO O BEM E A SEGURANÇA DA MINHA FILHA!

Mas de uma coisa tenho firmeza, NAO pretendo fugir do curso natural da nossa caracteristica de fêmea: a de gerar um filho sem passar por uma cirurgia. De novo, como diz Patty “A mulher não foi criada com um bisturi do lado!”

Pra descontrair, o melhor são as diversas desculpas “ brasileiras” – pois, vale lembrar que só neste pais a taxa de cesarias chega a 90%  dos partos!!! – para a não realização do parto normal como “a mulher atual não é mais como a de antigamente , que  tinha o corpo prepararado para isso, lavava mais roupa, fazia mais esforços fisicos...” ,  ou ainda “vc quer ter normal num cidade com este trânsito de São Paulo, vc é louca?”...  HAHAHAHA

Nóis sofre , mas nóis goza! ;-)




2 comentários:

  1. Ufa,adorei! hehehe É isso aí,Lico,lute! Enquanto nos EUA o parto normal é praticado ao máximo, aqui funciona ao contrário! Se bem que lá tem uns exageros, tipo, a criança enorme, 4,5kg e eles sem abrir mão do parto normal!Pobre da mãe! Nesses casos eu acho exagero!! Ouvi falar que aqui, a partir dos 4kg , já não fazem mais o parto normal atualmente. Minha tia foi uma dessas que sofreu com os 4,5kg de sua mais nova rebenta, nascida dia 1 de setembro!É irmã das gêmeas ,Lico! :)
    Beijos

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  2. Lica, entendo perfeitamente suas angustias! Sempre percebi esse movimento "bisturi", mas nao sabia que realmente havia essa dificuldade no sistema! Desconfiava, mas agora voce me explicou! Bem, te passarei o e-mail de um professor-colega-pai de uma linda garotinha que nasceu de parto normal! Ele conhece associaçoes que trabalham com isso e tenho certeza que podera te dar um apoio e dicas!
    Beijos
    Deinha

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