Tudo corria bem. Tudo fluía.
Muitas planos, muitas leituras de parto e nascimento, frequentando encontros.
Ainda em clima de comemoração por ter ultrapassado o ‘obstáculo’ da placenta
baixa. Até que fui em mais uma consulta de rotina na médica e ela me pede mais duas ultrassons
(uma obstétrica e outra endovaginal); explicando que precisaríamos ver a
posição/distância exata da placenta para o colo do útero e, o pior e meu maior
temor, a possibilidade de acretismo (quando o órgão se adere à cicatriz da
cesárea ou parede uterina, não descolando após o parto). Como boa ativista,
pesquisadora e jornalista, dei aquela desconfiada básica: “Mas será que dá para
constatar isso por ultrassom?” Na minha cabeça, assim como dilatação e abertura
da pelve (a velha ‘passagem’), coisas que só se detectam na hora do parto,
achei que acretismo placentário só se veria no momento P. E mais, a indicação
era de que dependendo dos resultados dessa ultrassom, para uma averiguação
maior ainda, teríamos que fazer uma ressonância magnética.
Fiquei desconfiada,
não vou mentir. E com medo, porque isso mais uma vez colocava o parto em
questão, além de ser um fator que trazia a tona a ideia de necessidade de
bolsas de sangue no dia do parto, em caso de hemorragias e tal. Enfim, tudo relativo à
prevenção e ao diagnóstico precoce, sem necessariamente ter que acontecer ...
E saí a perguntar. Falei com a Ana Cris,
parteira de SP, que me confirmou tudo e disse que descobrir se a placenta está
acreta ou não antes do dia era muito útil e evitava uma série de complicações
(como internação materna, hemorragia grande...etc) . Mas me pôs também outra
pulga na orelha dizendo: “Se estiver assim, é indicação de cesárea!” Fiquei
louca, pois achei que já tinha afastado a ideia de eletiva da minha cabeça. Ela
bateu e alisou depois: “Não pense nisso, pois a probabilidade é de 2%”. E como-faz? Rsss.. Daí fiquei pensando o
quanto essa gestação me lembra uma corrida de obstáculos, pulando um atrás do
outros, uns mais baixos, outros muito altos, em busca de uma vitória.
Depois, numa conversa pessoalmente
com a inquestionável Leila Katz, ela também me explicou direitinho que era possível
sim detectar se placenta estava ‘grudada’ ou não. Mas que eu ficasse tranquila,
pois ela achava que, por eu ter sangrado muito, minha placenta não estava estática,
ou seja, aderida, e que por isso tinha poucas probabilidades. Os sangramentos podem
ter sido justo dessa migração.
Fiquei
a semana meio tensa. Pensando, mas me esforçando para não noiar. E lembrando novamente
que iria também ver a posição de Estelinha, que eu tinha mais esperança de
estar igual a antes. E , finalmente, hoje , sexta, fomos fazer esses exames...
demorou um pouquinho, mas aqui estou eu de novo, teclando, dando pulos de
ALEGRIA porque deu tudo certinho, redondo!!!! UHúuuu! Placenta alta, fora da cesárea, sem indícios
de acretismo e minha estrela cefálica linda no mesmo lugarzinho (dorso à
esquerda e perninhas empurrando meu lado direito; e ela esta com cerca de 2,1
kg). Nada de ressonância!! A ultrasonografista – super especializada - disse que nem conseguia direito ver a
placenta por via vaginal, por ela estar alta! Yes ALTA! Quanta
satisfação! Mais um obstáculo grande e difícil que pulamos com garra! O Rodrigo
que me acompanhou no exame soltou ao final “Agora, já pode ter em casa!” hehehe
Depois volto para falar também do meu Plano de Parto (Que fiz até antes de
saber disso tudo). Eu já estava sentindo o cheirinho de VBAC. E como sempre disso,
que venha esse VBAC! Aliás, pra finalizar, uma amiga perguntou “Lica , você não
tem medo (do parto natural)?” Ao que eu respondo: “ Meu medo é muito menor que
minha vontade!” Preciso passar por essa experiência nessa vida e dar isso à
minha filha. Ponto final!
Livros da Cabeceira: Parto Ativo, Parto com Amor, Memórias do Homem de Vidro e O Livro da Maternagem |
Dava um medo (alheio) quando vc falava de parto em casa. Pensava nas complicações que poderia haver e então um aperto no peito.
ResponderExcluirAgora sabendo que está tudo limpo fico bem contente por vc e digo vai no VBAC!
Fico mais contente sabendo que vc tem apoio (do marido) pra ter um parto humanizado.
Beatriz
http://mudandosempre-flavinha.blogspot.com.br/2009/08/lindo-relato-de-parto-na-agua.html
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